A Associação Portuguesa O Samurai foi fundada pelo Sensei Vítor José Gomes, presidente da mesma. Esta associação de cariz desportivo, cultural e social, foi criada para promover não só as Artes Marciais, como também fazer com que os praticantes para além da prática do desporto em si, tenham também a noção da disciplina que o envolve e enriqueça a sua auto - confiança. A A.P.S. foi criada a 16 de Setembro de 2009.

 

O logotipo desta associação significa:

Vermelho – Simboliza o calor do sol. País do sol nascente, oriente origem do Samurai.

Figura Octogonal (oito lados)– Representa um "espelho mágico", com o poder de revelar o que há na alma de quem olha para ele. É uma das três relíquias passadas pelos deuses ao primeiro imperador japonês e significa sabedoria ou honestidade (a interpretação varia na literatura).

Flor de cerejeira– A flor, Sakura possui cinco lados. Representa, geralmente, as escolas antigas de Ju-Jitsu.

Samurai – Simboliza o guerreiro, os valores e a disciplina. O Samurai era um servo do Imperador, a A.P.S. é um servo da sociedade, existe para a servir.

 

Estes são os objectivos desta associação: servir, preservar as tradições e costumes, como é o exemplo do projecto da Federação Portuguesa de Luta Galhofa e Desportos Interculturais - O Guerreiro Lusitano, (divulgar a única luta corpo a corpo de origens Portuguesas: A Luta Galhofa). O Professor José Bragada, fez um excelente trabalho no âmbito de recuperar esta luta e tradição transmontana, ao integrar no currículo das licenciaturas em Desporto e Educação Física - variante ensino, da Escola Superior de Educação em 2008, a Galhofa. Por tudo isto a Associação Portuguesa O Samurai e seu fundador Vítor Gomes, desde a sua fundação, pretendeu contribuir para a divulgação e a prática desportiva desta modalidade e que impulsionou a criação desta Federação, para a preservação desta modalidade e para que a mesma passe de uma modalidade demonstrativa para uma modalidade desportiva. A FPLGDI - O Guerreiro Lusitano, fundada em 9 de Fevereiro de 2013,. A Luta Galhofa é um estilo de wrestling tradicional transmontano, que se define como um desporto de combate. É tida como a única luta corpo a corpo de origens portuguesas. O objectivo desta luta é imobilizar o adversário fazendo com que ele fique com as costas e ombros assentes no chão. Qualquer movimento mais violento, como puxões, murros ou pontapés, não são permitidos. A luta começa e termina com um abraço cordial. A Galhofa (escreve-se Gałofa em Lusitânico, a letra " ł " lê-se como "lh" em português). A palavra Galhofa significa brincadeira, divertimento, risota, zombaria, escárnio. É uma arte tradicional Calaica praticada em Trás-os-Montes (mais exactamente em Bragança com o termo Galhofa e no Alto Tâmega como Luta) no norte de Portugal, mas de origem Céltica tal como a vizinha Luta Leonesa (Aluche) e a renascida luta tradicional galega (a Loita).  Os povos Celtas e Iberos juntaram-se formando o povo Celtibero. Uma das suas tribos mais famosas era a dos Lusitanos que viviam entre o rio Douro e rio Tejo na Lusitânia. O seu mais famoso chefe era Viriato, um pastor da serra da estrela que derrotou inúmeras vezes os Romanos. Para muitos, os Lusitanos são os verdadeiros antecessores dos portugueses. Isto leva-nos a crer com toda a certeza, que esta luta teve uma variante própria também na margem sudeste do rio Douro no norte da Lusitânia (ou nos lugares e localidades da margem sul do Douro, que sempre fizeram parte integrante e pertenceram historicamente à Lusitânia) em tempos não muito recuados, mas que se perdeu, não conseguindo resistir aos ventos de mudança, à repressão cultural e sócio-política portuguesa e principalmente à inquisição da Igreja romana. Contudo em 2008 foi fundada uma associação lúdico-desportiva lusitana para revitalizar e incentivar a prática da renascida luta tradicional lusitana (a Maluta ou Gauruni em língua lusitana), que ainda se praticava no Sabugal no século passado. Esta luta, também conhecida como a Gauruni (ou Maluta), não é nem nunca foi uma versão da Galhofa transmontana, embora seja irmã desta e semelhante a muitas outras antigas lutas tradicionais celtas e europeias. A Galhofa é uma luta regional antiga da qual se desconhece a verdadeira data do seu início. Contudo a designação de Galhofa terá no mínimo 200 anos e esta forma de luta provavelmente mais de dois mil anos, remonta ao tempo dos Celtas e dos Iberos, uma das suas tribos eram os Lusitanos, praticavam esta forma de luta para ver quem era o mais forte do clã. Passados os tempos essa forma cultural ficou nas aldeias, nos lados de Bragança é conhecida como Galhofa e está associada à passagem dos adolescentes a adultos, nas festas dos rapazes e também ao celestício, aos festejos natalícios. Por causa dos tempos modernos, foram-se perdendo os costumes e tradições e o desaparecimento desta cultura é quase inexistente, actualmente apenas três localidades do distrito e concelho de Bragança a praticam infelizmente, só como demonstração e somente em dias festivos, já anteriormente mencionados. Era praticado nos currais em cima da palha fresca e em tronco nu, descalços e interdito a mulheres. A festa termina com uma refeição, confecionada pelos rapazes, composta de mamotas (castanhas cozidas) e vinho (geralmente a martelo) e na qual participam os mordomos e os homens da região. Seguidamente dirigem-se para o baile da rosca, onde se confraternizam e glorificam o vencedor da luta. Assim se mantém as raízes e se cultiva a tradição no jogo ou luta da Galhofa. Uma pequena comunidade nativa lusitana, levou a fundar a primeira Associação de Galhofa em Portugal. Não esqueçamos que há uma centena de anos quase todo o nordeste da Calécia (Trás-os Montes e Alto Douro), praticava esta luta tradicional de origem celta. Para os lados do Alto Tâmega era conhecida como Luta e as regras eram as mesmas: derrubar o adversário colocando-o com as costas no chão. Também era praticada nos currais e em cima da palha fresca, descalços e em tronco nu, era conhecida como Luta. Nuca tinha uma forma violenta: servia somente para ver quem era o homem mais forte da aldeia ou aldeias e sempre interdita a mulheres. Lamentavelmente, no Alto Tâmega já se perderam as tradições e o termo luta é sinónimo de “porrada”, contrariamente ao que se passa no Nordeste Transmontano. Mas da história da Luta Galhofa há muito que dizer, é algo cultural sem dúvida nenhuma, são as nossas raízes, é um jogo cultural, do qual provinha a virilidade masculina, medindo forças, mas nem sempre o homem mais forte ganhava, pois utilizava-se muito a força mas também a técnica, que era chamada de manha. Como não queremos perder esta forma cultural, estamos a transformar esta tradição em modalidade desportiva, o tradicional adaptado aos tempos modernos. Esta modalidade passa a estar sob a égide da FPLGDI, com fardamento adequado e regras. Neste caso, as mulheres também podem praticar, em vez de ser em tronco nu, é com uma t-shirt de licra, que dificulta que o adversário se agarre pois é o mais adaptável possível, pois nos primórdios era em tronco nu porque não podiam agarrar na roupa de cima só podiam puxar pelas calças por isso o material das calças teria de ser robusto, de borel ou algo do género, pois as calças eram castanhas e fortes e mesmo assim muitas vezes rasgavam e ficavam com as partes mais íntimas à mostra, mais uma razão de naquele tempo as mulheres não poderem assistir. Como os tempos mudam e não se pode puxar pela roupa de cima, a licra foi a solução mais favorável, as calças castanhas e personalizadas com a modalidade e elaboradas com um material robusto e confortável, que é a sarja. O fato tem uma faixa que para além de proteger a zona lombar, serve também para distinguir os atletas, o branco para os iniciantes, o amarelo os intermédios, o castanho os avançados e o preto para os instrutores. A prática é descalços como antigamente, mas em cima de tatamis (colchões) em vez de palha fresca, dentro de um local de treino e não nos currais. A essência da tradição, da cultura e do jogo está lá. Foi adaptado aos tempos de hoje: uma modalidade desportiva e a junção de Luta + Galhofa, ficando a conhecer esta modalidade desportiva como Luta Galhofa. Se algum dia esta arte milenar antiga desaparecesse, os governos portugueses e as elites, continuariam indiferentes a isso, por essa razão a Luta Galhofa passa a uma modalidade desportiva e foi criada uma Federação a cargo desta modalidade e felizmente ainda há pessoas preocupadas com que a nossa cultura não se perca e que passe fronteiras como aconteceu com as outras Artes Marciais.

Agradece a informação sobre a mesma cedida pela Associação Lusitana de Galhofa, ao Professor José Bragada e a Associação Portuguesa O Samurai e seu fundador Vítor Gomes.


 

  

FPLA - Federação Portuguesa de Lutas Amadoras

 

Responsável pela modalidade Desportiva da Luta Galhofa